SALVADOR DALÍ EM RETROSPECTIVA NO RIO


O grande mestre do Surrealismo veio visitar o público brasileiro. Até 22 de setembro, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB Rio) apresenta a exposição "Salvador Dalí", com 150 peças vindas das principais instituições colecionadoras do artista – a Fundação Gala-Salvador Dalí (Figueres), o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía (Madri) e o Museu Salvador Dalí (Flórida).

Organizada pelo Instituto Tomie Ohtake, a mostra exibe a produção de Dalí desde os anos 1920 até seus últimos trabalhos, proporcionando ao visitante uma clara percepção de aspectos como evolução técnica, influências, recursos temáticos, referências ideológicas e simbolismos. São 29 pinturas, 80 desenhos e gravuras, além de documentos e fotografias.

"Autorretrato cubista" (1923)
A mostra ocupa cerca de 1 mil m² do primeiro andar do CCBB e traça a trajetória do artista, passando pelas diversas fases de sua produção. É possível ver as telas do período de sua formação como pintor – “Retrato del padre y casa de Es Llaner”, de 1920, e o “Autorretrato cubista”, de 1923. A fase surrealista, que deu fama mundial ao catalão, será retratada em telas que apresentam seu método paranóico-crítico de interpretação da realidade, com obras significativas como “El sentimiento de velocidad” (1931), “Monumento imperial a la mujer-niña” (1929), “Figura y drapeado en un paisaje” (1935) e “Paisaje pagano medio” (1937).

"El sentimiento de velocidad" (1931)
"Monumento Imperial a La Mujer-Niña" (1929)
O público poderá conferir ainda a contribuição de Dalí para a sétima arte. Os filmes O cão andaluz (Le chien andalou, 1929) e A idade do ouro (L’age d’Or, 1930), codirigidos por Salvador Dalí e Luís Buñel, e Quando fala o coração (Spellbound, 1945), de Alfred Hitchcock, cujas cenas do sonho foram desenhadas pelo artista, serão exibidos dentro do espaço expositivo. O acervo conta também com documentos e livros da biblioteca particular do artista, provenientes do arquivo do Centro de Estudos Dalilianos, que dialogam com as pinturas e proporcionam ao visitante uma viagem biográfica e artística pela carreira do pintor.

É o caso dos títulos Imaculada Conceição (1930), de André Breton e Paul Eluard, e Onan (1934), de Georges Hugnet. As raridades tiveram seus frontispícios assinados por Salvador Dalí e retratam as bases do surrealismo na literatura. O conjunto conta com os desenhos criados para ilustrar o livro Cantos de Maldoror (1869), que inspirou muitos artistas do período, tanto por seu tema quanto por sua descrição de um mundo onírico, tornando o seu autor – Isisdore Ducasse, conhecido como Conde de Lautrémont – um dos precursores do movimento. As ilustrações feitas para os clássicos da literatura mundial Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, completam a mostra.

“Queremos mostrar o Dalí surrealista, mas também aquele que se antecipa ao seu tempo, que é audacioso, que defende a liberdade de imaginação do artista em sua própria criação. Ao mesmo tempo, a mostra passeia pela trajetória artística e pessoal de Salvador Dalí”, explica Montse Aguer, curadora da exposição e diretora do Centro de Estudos Dalinianos da Fundação Gala-Salvador Dalí. Depois do Rio, a mostra segue para São Paulo, onde será realizada no Instituto Tomie Ohtake entre outubro e dezembro.

"Composición surrealista con figuras invisibles" (1936)
"La máxima velocidad de la Madonna de Rafael"
"Surrealist Figure in Landscape of Portlligat"
Serviço:
Exposição Salvador Dalí
Período: de 30 de maio a 22 de setembro. De quarta a segunda, das 9h às 21h
Onde: CCBB Rio de Janeiro - Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro
Entrada franca
Fone: (21) 3808-2020

Imagens: Divulgação